sábado, 7 de novembro de 2015


As tarifas bancárias cobradas pelos oito maiores bancos do país nos últimos três anos subiram 169%, percentual 8,6 vezes superior à inflação para o mesmo período, segundo apontou a associação de consumidores Proteste. Apesar disso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma contraproposta aos bancários que nem chega a repor as perdas da inflação.
Nesta terça-feira (20), representantes dos bancários em greve e dos bancos voltam à mesa de negociações na tentativa de encontrar uma saída para o impasse e pôr fim à greve nacional da categoria, que já está no 15º dia. Esta é a primeira vez que grevistas e bancos se sentarão para negociar desde que a greve foi deflagrada, no dia 6 de outubro.
Em entrevista ao Portal Vermelho, o dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, destacou que a greve é uma das mais fortes dos últimos anos.
“São mais de 12 mil agências paradas em todo o Brasil, só aqui na Bahia foram mais de mil agências que aderiram ao movimento, com uma tendência de crescimento da mobilização em razão da revoltante proposta apresentada pela Fenaban, que sequer repõe a inflação do período, além de não tratar dos demais itens da nossa pauta”, enfatiza o sindicalista.
A greve iniciou após quase dois meses de intensas negociações, sem sucesso. Os bancos apresentaram uma proposta de reajuste de apenas 5,5%, quando a inflação do período foi de 9,88%.
A categoria reivindica reajuste salarial de 16%, além de Participação nos Lucros e Resultado (PLR), vale-alimentação e refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá. Além disso, a pauta dos bancários inclui investimentos em segurança, ampliação das contratações, fins das demissões, substituição dos terceirizados, combate ao assédio moral e o fim das metas abusivas.
Mesmo em meio à crise na economia brasileira, os bancos foram o setor que não deixou de crescer este ano. Enquanto a indústria e o comércio, por exemplo, registraram recuo no primeiro semestre, o lucro dos bancos bateu recordes. Somados, os ganhos dos quatro maiores bancos cresceram mais de 40% no primeiro semestre, na comparação com os primeiros seis meses de 2014.
“Não há crise para o setor financeiro. Os bancos lucraram R$ 36 bilhões somente no primeiro semestre”, saliento Augusto. E completa: “Só com recursos arrecadados com tarifas cobradas de clientes, os bancos pagam toda a folha salarial e ainda sobra. De modo que eles podem atender a nossa pauta que visa melhorar as condições de trabalho e atendimento à população. É inadmissível que eles não apresentem uma proposta digna para os seus funcionários, penalizando a população”.
Trabalhadores e população do mesmo lado da corda
Para o sindicalista bancário, os clientes também são vítimas da ganância dos bancos, que usa a grande mídia para jogar a população contra o movimento grevista.
“Os bancos estão entre os maiores patrocinadores da grande mídia brasileira. Não há um telejornal, revista semanal e jornal de grande circulação que não tenha patrocínio de um banco”, lembra.
E acrescenta: “A responsabilidade pelos eventuais transtornos ocasionados pela greve é dos banqueiros, que apesar dos lucros fabulosos negam-se a promover uma negociação séria. Não queremos que a greve se prolongue por muito tempo, mas para isso, nossos patrões devem apresentar uma proposta justa”.

Augusto pediu apoio da população. “Pedimos a compreensão da sociedade porque enfrentamos o setor mais poderoso da economia que desrespeita bancários e clientes. Estamos do mesmo lado”, frisou.


Unidade e mobilização
Sobre a mobilização, Augusto Vasconcelos salientou a unidade da categoria em todo o Brasil e que a campanha salarial começou a ser preparada desde o primeiro semestre deste ano.
“Na Bahia, por exemplo, foram dezenas de encontros regionais, realizamos a maior conferência dos bancários do estado de todos os tempos, além de visitas em mais de mil agências bancárias, 204 manifestações em Salvador e inúmeras assembleias, cuja participação tem revelado um alto grau de envolvimento dos bancários com a nossa luta, superando as ameaças de demissão e descomissionamento utilizadas pela gestão das empresas visando enfraquecer a participação dos trabalhadores”, denunciou.
Ele frisa que a organização uma mobilização como essa em todo o Brasil não é tarefa fácil. “Do Acre ao Rio Grande do Sul as realidades regionais são distintas, com a presença de vários bancos diferentes e a presença de segmentos distintos dentro de cada banco. Apesar disso, temos conseguido uma unidade impressionante que serve de exemplo para outros trabalhadores mostrando que apesar das divergências é possível lutarmos conjuntamente contra a ganância do capital”, afirma.
Por Dayane Santos - Portal Vermelho



http://portalctb.org.br/site/noticias/brasil/27263-secretaria-de-igualdade-racial-da-ctb-diz-que-marcha-dara-visibilidade-a-luta-historica-das-mulheres-negras
O POVO SEM MEDO TOMA AS RUAS NESTE DOMINGO (8) PARA EXIGIR REPEITO AO TRABALHADORES

“O Povo Sem Medo estará nas ruas neste domingo (8), mês da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares, exigindo o Fora Cunha e contra o ajuste fiscal aplicado pelo governo federal e pelos governos estaduais”, diz texto de convocação para o ato.
De acordo com Josué Rocha, uma das lideranças da frente, as manifestações já estão confirmadas em 11 estados. “Estaremos nas ruas para nos contrapor à ofensiva da direita que ataca as conquistas dos trabalhadores e do povo”, diz.


A Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo conta com a participação de 27 entidades da sociedade civil organizada, entre elas a CTB, CUT, UNE, UBES, MST, MTST. Nesta sexta-feira (6), o Povo Sem Medo concede entrevista coletiva no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (Rua Rego Freitas, 530), às 16h. Acompanhe no cartaz abaixo os horários do ato nas cidades já confirmadas.


Em São Paulo a concentração ocorre a partir das 14h, no vão do MASP. “É a voz da periferia se fazendo valer”, afirma Josué. A frente articulada pelo MTST já atinge 15 estados e se fortalece dia-a-dia, dizem seus dirigentes. Depois o povo sai em marcha até o Parque do Ibirapuera.
Segundo Josué, o povo não tem medo dessa direita que bate panelas e ataca os movimentos populares nas redes sociais. "Não temos medo de lutar por nossos direitos, contra o avanço de propostas impopulares e contra o ajuste fiscal que arrocha a vida dos trabalhadores”.
A manifestação do Povo Sem Medo promete mobilizar os trabalhadores em diversas cidades. “Iremos às ruas contra o avanço do conservadorismo e não aceitaremos saídas à direita”, diz Guilherme Boulos, coordenador do MTST.
Para Josué, gritar Fora Cunha significa combater todos os projetos conservadores "que querem nos enfiar goela abaixo". Ele também destaca a importância em combater o ajuste fiscal "e lutar por avanços na democracia e nos direitos dos trabalhadores e do povo”.
Já o presidente da CTB, Adilson Araújo, diz que “um povo sem medo é aquele que sabe enxergar o valor da democracia e que faz o que for preciso em nome da própria soberania”.


O Povo Sem Medo ataca a contrarreforma política, a redução da maioridade penal, a ampliação das terceirizações, as tentativas de privatização da Petrobrás, a lei antiterrorismo e as medidas que dificultam os direitos dos aposentados.
Josué Rocha convoca as forças populares para se unirem e exigirem que os ricos paguem pela crise que eles mesmos criaram: "Como diz a nossa convocatória deve-se cortar privilégios e não direitos dos trabalhadores”.
Fonte Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB