terça-feira, 20 de novembro de 2012


MINISTÉRIO PUBLICO  INVESTIGA EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇOS PARA UnB

















Ana Paula Andreolla
ana.fernandes@jornaldebrasilia.com.br


Uma empresa que presta serviço de vigilância para a Universidade de Brasília (UnB) passa por investigação no Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal. Entre as denúncias, feitas de forma anônima pelos funcionários, há relatos de uma suposta venda de vagas para contratação de vigilantes. O valor seria de R$ 4 mil para garantir as contratações, que já estariam previstas em lei.

Além disso, alguns funcionários  alegam estar sendo vítimas de perseguição, sofrendo discriminação por gênero e testemunhando demissões injustas.

De acordo com uma funcionária, que preferiu não se identificar, o esquema de venda de vagas estaria acontecendo na universidade desde 2009, quando a atual empresa venceu a licitação para realizar o serviço.
“Foi quando começou também a discriminação por causa de gênero. Eles contrataram apenas homens. Foram necessários protestos dos estudantes para que as mulheres tivessem seus empregos de volta”, lembra uma funcionária.

“Eu me lembro que, quando houve o processo de licitação, disseram que a gente não ia perder nossos empregos. Foi quando  um dos chefes da segurança me informou que eles poderiam colocar quem quisessem no meu lugar, mas que eu poderia garantir a minha vaga pagando R$ 4 mil para isso”, denunciou ao MPT outro vigilante da UnB. “Entrei em pânico. Nãotinha o dinheiro e não podia perder o emprego. Então eu vendi minha moto para comprar meu emprego”.

Mesmo comprando a vaga, o homem foi demitido seis meses depois. “Ao me demitirem, disseram que eu teria os R$ 4 mil de volta. Mas nunca me pagaram”.

 O procurador do Trabalho Adélio Justino Lucas, que investiga o caso desde setembro deste ano, considera as denúncias gravíssimas. “É uma questão bastante grave. Fere a Constituição e também a dignidade do trabalhador”, opinou o procurador.

Continuidade garantida

Lucas explica que, no processo de licitação para o serviço de vigilância na UnB, há uma cláusula que garante a continuidade dos antigos funcionários nas funções desenvolvidas por pelo menos seis meses. “O que não pode acontecer é eles cobrarem para dar um emprego para a pessoa, ainda mais porque ela já tem direito a esse emprego, e demitir seis meses depois para vender a vaga para outros. Se isso estiver de fato acontecendo, é uma prática condenável, que deve ser combatida e desestimulada”, enfatizou.

O procurador explica que as denúncias ainda estão em fase de apuração. Testemunhas estão sendo ouvidas e dados estão sendo coletados. O nome da empresa não foi citado porque não houve conclusão das investigações.



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Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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