quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


VIGILANTES DE SOROCABA  FAZEM PROTESTO NO CENTRO DA CIDADE 











A paralisação dos vigilantes e seguranças que trabalham em Sorocaba, 
realizada ontem, acabou causando um grande alvoroço na cidade, já que 
o trânsito da região central teve algumas complicações, para deixar o 
protesto desses profissionais passar, além de a grande maioria das 
agências bancárias da cidade terem permanecido fechadas, pela falta 
de um trabalhador nesses locais, que é responsável pela garantia da
 segurança, tanto dos funcionários, quanto dos clientes que as acessam.








O motivo disso tudo é a falta do cumprimento, por parte das empresas de segurança privada, de uma determinação da lei federal 12.720, sancionada em dezembro do ano passado, que garante aos vigilantes e seguranças um adicional de 30% a seus salários, por conta da periculosidade aderente a esse tipo de ocupação. O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo (Sesvesp), porém, informa que o pagamento dessa taxa a mais nos subsídios dos vigilantes ainda depende de uma regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego, que ainda não possui uma previsão para ser divulgada.

A manifestação organizada pelo Sindicato dos Vigilantes de Sorocaba e região, que contabiliza mais de 2 mil desses profissionais na região e, desses, mais de 1 mil estão em Sorocaba, se iniciou por volta das 9h15, quando centenas de pessoas começaram a descer a rua São Bento, obrigando a Urbes - Trânsito e Transportes a fechar as vias da área central ou promover desvios aos motoristas, que tiveram de ter paciência na manhã de ontem. Enquanto protestavam pela falta do pagamento da taxa de 30% prevista na legislação federal, os vigilantes manifestantes entravam nas agências bancárias do Centro para averiguar se existiam profissionais da área de segurança trabalhando. Caso houvesse, eles paravam a movimentação até que o vigilantes fosse liberado para aderir à greve.

Foi o caso da agência do Bradesco, na rua São Bento, que ficou tomada por dezenas de protestantes, até que o profissional que estava trabalhando no local saísse e os acompanhasse na passeata. Utilizando buzinas e apitos, além de gritarem em protesto, eles permaneceram por cerca de meia hora no local, o que acabou incomodando alguns aposentados, que estavam esperando por um atendimento, já que era dia do pagamento de seus benefícios. "Eu preciso do dinheiro hoje, porque tenho contas para pagar. E agora, o que eu faço?", indagou a aposentada Clarice Vaz, 75 anos, que depois acabou conseguindo retirar o seu pagamento.

Essa situação, porém, acabou incomodando o Sindicato dos Bancários de Sorocaba, que apoiava a greve, mas pedia para que os gerentes das agências bancárias fechassem as portas, já que ao funcionarem sem um agente de segurança, estariam colocando em risco os seus funcionários e clientes. "O Bradesco obrigou funcionários a ficar em situação de risco, porque faz 15 dias que vigilantes anunciaram a paralisação, ou seja, todo mundo estava sabendo que estaria sem vigilantes, inclusive assaltantes. Apesar de conversarmos e informá-los sobre os riscos da abertura das agências, eles decidiram abrir", relata o vice-presidente do Sindicato, Antônio Lages. O Bradesco informou, via assessoria de imprensa, que não iria comentar o assunto.

Assim como o Bradesco, algumas agências do Itaú/Unibanco também permaneceram abertas, conforme Lages. O Itaú, conforme avisos pregados nas entradas de suas agências, funcionou sem numerário, ou seja, sem movimentações de dinheiro, portanto não estaria cometendo nenhuma irregularidade. Apesar disso, o Sindicato dos Bancários decidiu solicitar à Polícia Federal uma fiscalização nos bancos, já que a lei federal 7.102 determina que exista um vigilante para que o banco possa funcionar. O delegado federal Vinícius Loque Sobreira descartou essa hipótese, por explicar que a Polícia Federal só age em ações programadas. "Eu não estou a serviço de sindicato nenhum e temos um plano de fiscalização, para saber se os bancos estão cumprindo o plano de segurança obrigatória. Essa fiscalização está em dia e o sindicato está querendo utilizar a Polícia para outros fins, mas a gente não está aqui para isso", argumenta.

Assembleia

De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Sorocaba e região, Sérgio Ricardo dos Santos, o movimento realizado ontem até o início da tarde, que percorreu diversas ruas do Centro da cidade, surtiu um bom efeito, ao expor os anseios da categoria, apesar de acreditar que houve uma certa pressão dos patronais. Com isso, ele revela que, caso não haja um acordo a respeito do pagamento dos 30% da taxa de periculosidade até o quinto dia útil de fevereiro, que seria no dia 7, quinta-feira que vem, uma assembleia será marcada. "Então poderemos ter uma greve por tempo indeterminado", relata.

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo, porém, informa que esse pagamento do benefício só irá ocorrer após o Ministério do Trabalho e Emprego formatar uma regulamentação sobre esse assunto, para então definir de que forma essa concessão dos 30% irá ocorrer. "É importante ressaltar que as empresas de segurança privada não estão se negando a oferecer o benefício, mesmo porque já está estabelecido em lei. Entretanto, é preciso haver um esclarecimento sobre como o adicional será concedido", explica, em nota enviada pela assessoria de imprensa. Essa é a mesma posição fornecida pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), por isso considera essa reivindicação dos vigilantes "descabida".

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

07/02/2013

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